O cancro do pâncreas será, em 2030, a segunda causa de morte por cancro, logo a seguir ao cancro do pulmão, segundo a Organização Mundial de Saúde. No nosso país, são diagnosticados cerca de 1500 novos casos por ano, número que o cirurgião Rui Maio, diretor clínico e responsável pelo centro de tratamento do cancro digestivo do Hospital da Luz Lisboa, admite também vir a crescer de forma significativa nos próximos anos, em Portugal. «A prevalência está claramente a aumentar, de uma forma preocupante, e por isso é fundamental que estejamos bem preparados para responder a este desafio» , diz o cirurgião, no Dia Mundial do Cancro do Pâncreas. Rui Maio, cuja área de especialização na cirurgia é precisamente o cancro pancreático e esofágico, explica que « os estilos de via, a obesidade e o aumento da diabetes e o tabagismo» estão entre as principais causas para este aumento da incidência do cancro do pâncreas. «A cirúrgica representa atualmente a única opção terapêutica potencialmente curativa. No entanto, na altura do diagnóstico, apenas cerca de 20% dos tumores são considerados ressecáveis» . Sem dúvida que o principal responsável por este mau prognóstico é o diagnóstico da doença numa fase avançada, quando o tumor já cresceu. Por isso, salienta o especialista, «para melhorar o prognóstico dos doentes com cancro do pâncreas, temos de investir no diagnóstico precoce das lesões pré-malignas» . Por outro lado, é fundamental, acrescenta ainda, concentrar o tratamento desta patologia oncológica em centros de referência, «que reúnam especialistas de várias áreas, tecnologia adequada e trabalho multidisciplinar, e o conhecimento mais atual do estado da arte» em cancro do pâncreas. «Ora, é precisamente isso que temos, hoje, no Hospital da Luz Lisboa. Um centro de referência altamente especializado nesta área, que aborda e trata os doentes de forma integral, conseguindo diagnósticos rápidos e propondo as abordagens terapêuticas mais adequadas a cada caso» , afirma o diretor clínico do HLL, explicando: «O Hospital da Luz Lisboa dispõe de uma equipa multidisciplinar dedicada ao tratamento desta doença, empenhada na compreensão da sua biologia tumoral, com os meios necessários ao seu diagnóstico precoce e com capacidade para tratar esta doença de acordo com o estado da arte» . E acrescenta: «Com o Hospital Beatriz Ângelo, integramos o centro de referência para o tratamento do cancro Hepatobiliopancreático, reconhecido pelo Ministério da Saúde, e estamos envolvidos em diversos ensaios clínicos multicêntricos e internacionais, que nos colocam na vanguarda da investigação clínica oncológica» . Além disso, é um dos dois hospitais portugueses integrado no Programa ERAS, dedicado, entre outros, aos doentes com cancro do pâncreas, de preparação e reabilitação dos doentes sujeitos a cirurgias oncológicas, que visa melhorar a eficácia dos tratamentos e melhorar o estado de saúde dos doentes antes e após esses tratamentos.