“A prática de exercício físico, sobretudo quando é mais vigorosa ou de alta intensidade, deve ser retomada de forma cautelosa após a COVID-19. Pelo menos, deverá ser avaliado se o doente ficou com algum sintoma ou se ficou com algum tipo de lesão que possa vir a ter implicações na prática do exercício”, explica Maria José Guimarães , médica pneumologista do Hospital da Luz Guimarães , numa reportagem da RTP1, emitida no passado dia 20 de junho. Fazer desporto depois de se ter estado infetado com COVID-19 pode, de facto, trazer riscos para a saúde, devendo os doentes recuperados consultar o médico antes de retomarem a atividade a que estavam habituados . A prática de exercício físico é fundamental para a saúde, mas nestes casos dever haver uma avaliação médica prévia, ainda mais se a doença deixou sequelas ou sintomas mais evidentes. “Aparentemente, não haverá lesões cardíacas após o doente recuperar da COVID-19, pelo menos de uma forma significativa”, acrescenta na mesma reportagem Victor Manuel Sanfins , médico cardiologista do Hospital da Luz Guimarães. Embora seja raro, há sempre o risco, porém, de miocardite aguda (uma inflamação do miocárdio). Por isso, a retoma da atividade física regular após a COVID-19 deve ser muito mais cuidadosa e vigiada. Há casos de pessoas já recuperadas da COVID-19 que conseguem continuar a fazer desporto como anteriormente, mas outras não – como se pode ver nesta reportagem da RTP, que acompanhou Margarida, uma jovem de 15 anos que era nadadora de competição e que, após ter contraído a doença, teve de recorrer a ajuda médica por sentir um cansaço persistente , de tal forma que não conseguia subir e descer escadas, estando agora a ser acompanhada no Hospital da Luz Guimarães. “Esta é uma das áreas cinzentas desta doença: ainda não há estudos suficientes que nos permitam tirar conclusões”, comenta João Vieira da Silva, enfermeiro especialista em reabilitação do HL Guimarães. Reportagem na RTP