“Os profissionais de saúde podem referenciar mais atempadamente e exigir mais respostas em termos de cuidados paliativos, mas também a sociedade em geral deve habituar-se a reclamar mais os seus direitos nesta área”, salienta a médica Isabel Neto numa reportagem especial da SIC, emitida durante o Jornal da Noite de 20 de junho, sobre as carências do país nestes cuidados especializados. “A maioria dos doentes em cuidados paliativos não está moribunda nem inconsciente. Os paliativos não servem apenas para o final de vida, mas para qualquer que seja o prognóstico, que pode ser de anos, e para ajudar a viver melhor”, explica a diretora da Unidade de Cuidados Continuados e Paliativos do Hospital da Luz Lisboa, considerado “um serviço de referência a nível nacional”. Na reportagem “Estamos vivos” – em que a maioria das imagens foi recolhida antes da pandemia de covid-19 –, explicam-se as vantagens dos cuidados paliativos e como funcionam algumas instituições privadas, públicas e do setor social que há muito trabalham nesta área, com equipas multidisciplinares especializadas. O ponto de partida é a dura realidade que nos mostram os últimos estudos: estima-se que 100 mil portugueses precisam de cuidados paliativos, mas 70% não conseguem ter acesso, sendo a falta de recursos humanos com formação adequada o maior problema, que põe em causa a qualidade assistencial, física e psicológica, às pessoas com doenças incuráveis e progressivas. Na área da Pediatria, o problema é ainda maior: haverá cerca de oito mil crianças com necessidades de cuidados paliativos e apenas 1% conseguem ter acesso. Reportagem da SIC, “Estamos vivos”