A enxaqueca é uma das cefaleias (dores de cabeça) mais comuns. É uma doença neurológica crónica, incurável, afeta uma percentagem significativa da população, mas pode ser tratada quando devidamente diagnosticada, como explicou Ivânia Alves , neurologista do Hospital da Luz, em entrevista ao Porto Canal. “Estima-se que 12% a 16% da população têm enxaquecas. É uma doença que não se vê, no sentido de que não há testes ou exames que a demonstrem. O diagnóstico é essencialmente clínico: tem de se avaliar os sintomas e se estes preenchem um conjunto de critérios”, afirmou a neurologista, acrescentando que se trata de “uma doença neurológica que não é definida apenas por uma crise esporádica – ou seja, são necessários múltiplos episódios, repetidos, de uma dor (pulsátil ou latejante) que habitualmente é sentida em metade da cabeça e que pode alternar à esquerda ou à direita”. Essa dor é geralmente acompanhada de intolerância a estímulos sensoriais, como barulhos, luz, cheiros, movimento e nalguns casos náuseas e até vómitos. Há casos de enxaqueca de baixa frequência, que é controlável com “medicamento SOS”, o problema é quando são enxaquecas de elevada frequência ou crónica, com várias crises por mês ou mesmo ao longo de uma semana. “A enxaqueca pode ser muito incapacitante”, salientou a médica, que descreveu ainda os diferentes tipos de terapêuticas já existentes. Ivânia Alves no Porto Canal