No Dia Mundial da Tiroide , que se assinala a 25 de maio, Miguel Allen , cirurgião especializado em cirurgia da tiroide e paratiroide , e Filipa Sanches, uma doente que operou recentemente no Hospital da Luz, participaram e deram o seu testemunho no programa ‘Sociedade Civil’, na RTP2 , dedicado a esta doença e que contou com a presença de vários especialistas. “Como costumo dizer, quando uma cirurgia corre bem, a única coisa que sobra é uma pequena cicatriz, como a da Filipa Sanches”, salientou o médico do Hospital da Luz. A tiroide é uma glândula endócrina, localizada na zona do pescoço, que produz várias hormonas com diversas funções essenciais – como a regulação do metabolismo e da temperatura, o crescimento e desenvolvimento corporal. Estima-se que as doenças da tiroide afetam 1 em cada 10 portugueses, sobretudo mulheres . Estas doenças são muitas vezes ‘silenciosas’ ou então, quando provocam sintomas, estes podem consistir em: Sonolência e excesso de peso (indicadores de hipotiroidismo); Excesso de energia e irritabilidade, acompanhados de diminuição de peso (indicadores de hipertiroidismo). No caso das mulheres, os distúrbios da tiroide podem causar infertilidade. Foi precisamente a dificuldade em engravidar que levou Filipa Sanches ao médico e, após análises laboratoriais que efetuou, foi diagnosticada com doença de Graves, um dos distúrbios da tiroide. Neste programa da RTP2, explicou a sua história, como esta se processou e como hoje leva uma vida normal, após a cirurgia realizada por Miguel Allen. O cirurgião do Hospital da Luz desmistificou , por seu turno, alguns dos riscos da cirurgia – como a perda transitória de voz ou ‘voz rouca’ (cerca de 15% dos casos), mas que é recuperável ao fim de algum tempo, e a cicatriz (relativamente pequena e recuperável, exigindo apenas cuidados com a pele). Explicou ainda como as novas tecnologias , nomeadamente a neuro-monitorização intraoperatória, ajudam o cirurgião “na identificação precisa do nervo das cordas vocais, mostrando no final da intervenção que não existiu qualquer tipo de lesão" e outros equipamentos que "facilitam a identificação das glândulas paratiroideias, que têm de ser preservadas”. Há ainda outras opções, como a cirurgia que não deixa cicatriz cervical, sendo efetuada por via axilar, mamária ou transoral. Mas a opção depende de pessoa para pessoas, pois “as cicatrizes ficam quase sempre muito bem e quase não se notam ao fim de alguns meses”. Veja a intervenção de Miguel Allen no programa Sociedade Civil – Dia Mundial da Tiroide (a partir do minuto 20:35)