A dois dias do início do Millennium Estoril Open , as cerca de 150 pessoas que vão trabalhar no torneio fizeram hoje os obrigatórios testes PCR à COVID-19, no drive thru do Hospital da Luz Lisboa , enquanto os jogadores e as suas equipas começaram a ser testados nos locais onde estão alojados. Pela sexta vez consecutiva, o Hospital da Luz é serviço médico oficial da prova e presta apoio direto aos jogadores, mas este ano tem também a responsabilidade do plano de prevenção e controlo de infeção, que inclui o cumprimento das regras oficiais em Portugal e as específicas da ATP para os seus torneios. A realização periódica dos testes “é uma operação de grande envergadura” – que envolve também a Synlab, laboratório que trabalha com o Hospital da Luz –, como afirma Carlos Palos , médico intensivista que coordena o grupo de controlo de infeção da Luz Saúde e que no Millennium Estoril Open é o responsável oficial do controlo de infeção (Oficial Tournament Infection Control Officer), coadjuvado por mais três médicos. O maior evento de ténis em Portugal vai decorrer desta vez sem público nas bancadas, o que nem por isso simplifica a tarefa da organização e da equipa do Hospital da Luz. Testes, questionários diários e triagem Ao longo da competição, entre 24 de abril e 2 de maio , no Clube de Ténis do Estoril, tanto os elementos da organização como os jogadores e respetivas equipas técnicas terão de realizar testes de quatro em quatro dias – o que faz com que, no final da competição, o total de testes efetuados (PCR e antigénio) ultrapassará os 700. Apenas fica de fora da obrigatoriedade dos testes quem teve COVID-19 nos últimos três meses. Os jogadores e os seus técnicos fazem os testes no hotel oficial da prova, mas, se optarem por ficar alojados noutro local (casas arrendadas, por exemplo) terão de fazer o teste à COVID-19 de dois em dois dias; Os médicos, fisioterapeutas, massagistas e enfermeiros do Hospital da Luz que assegurarão o funcionamento dos dois centros médicos durante o torneio são igualmente testados de dois em dois dias, uma vez que estarão em contacto permanente com os jogadores; Todas os participantes no torneio – jogadores, elementos das equipas e da organização – têm de preencher diariamente um questionário , através de uma aplicação informática, para averiguar sintomas de COVID-19. O registo dos resultados e a sua comunicação são coordenados pelo Hospital da Luz, em estrita confidencialidade; No Clube de Ténis do Estoril , com entradas e circuitos separados para jogadores e para os elementos da organização, será feita triagem de temperatura; Quem tiver sintomas ou testar positivo ao SARS-CoV-2 cumpre a regra em vigor em Portugal, mais restritiva do que noutros países: isolamento de 10 dias. “Todos os casos serão notificados na plataforma SINAVE”, explica Carlos Palos. Preparação do staff e do hotel Nas semanas que antecederam o início do torneio, a equipa de Carlos Palos e do Hospital da Luz reviu os planos de segurança com o hotel onde ficará a maioria dos jogadores, “tendo sido revistos e reforçados alguns aspetos relacionados com o comportamento das equipas, a limpeza e a ventilação”; Em relação às pessoas que estão a trabalhar no torneio, foi distribuída informação sobre as regras de desinfeção das mãos, uso obrigatório de máscara e distanciamento físico, assim como atuação em caso de desenvolvimento de sintomas ou contacto com casos de COVID-19; No caso dos motoristas das viaturas ao serviço da prova, foram dadas algumas instruções específicas – como, por exemplo, abrir os vidros quando estão a efetuar o transporte de pessoas, nunca tirar a máscara, não tocar nas pessoas e bens transportados, e desinfetar regularmente puxadores e outros pontos de contacto. Regras apertadas também nos courts Os jogadores e as suas equipas técnicas (com dois elementos, no máximo) vão movimentar-se em ‘bolha’ , com entrada/saída e circuitos próprios. De resto, as instalações usadas pelo torneio e os próprios jogadores estão sujeitos a um vasto e pormenorizado conjunto de regras, como por exemplo: Ninguém está autorizado a entrar no Clube de Ténis do Estoril sem um teste Covid negativo; A limpeza e desinfeção de todas as superfícies (bancos, cadeiras, mesas, postos e microfones dos árbitros, chapéus de sol/chuva, etc.) é constante, incluindo até as redes dos courts após os jogos; As caixas das bolas só podem ser abertas por pessoas do staff usando máscara e luvas; Cada jogador tem um caixote de lixo, sacos para a roupa e quatro recipientes próprios (espalhados pelo court) para colocar as toalhas que usa durante o jogo; Se quiserem, os atletas e os seus treinadores poderão fazer exercício “fora do ambiente controlado” (ou seja, hotel e instalações do torneio), mas apenas uma hora por dia e até às 20h. Não podem fazer refeições ou encomendar comida fora do hotel, sendo “fortemente recomendado” que optem por comer nos seus quartos; Numa modalidade que tem como uma das suas imagens de marca o fair-play entre jogadores no final de cada jogo, o aperto de mão é agora “fortemente desencorajado” pela ATP.