Em Portugal, 600 mil pessoas têm asma, mas sete em cada 10 vivem com a doença mal controlada, segundo o EPI-ASTHMA, o mais recente estudo sobre a doença no país. Estes dados foram considerados “alarmantes” por António Sousa Fernandes , pneumologista do Hospital da Luz, em entrevista ao programa ‘Consultório’, do Porto Canal, emitida a 6 de maio, Dia Mundial da Asma. Os números já não são bons, mais “o mais alarmante ainda”, como salientou o médico, “é as pessoas com asma não terem a doença controlada, embora exista terapêutica inalatória eficaz” e que deveria estar acessível a toda a gente. Este foi, aliás, o tema do Dia Mundial da Asma deste ano: “Tornar os tratamentos inalatórios acessíveis a todos”. A asma é uma doença crónica das vias aéreas, “o que significa que está sempre presente e a inflamação é persistente, embora os sintomas sejam intermitentes”, explicou António Sousa Fernandes, que deixou um conjunto de mensagens importantes: Um dos problemas é a dificuldade em perceber os sintomas: “As pessoas aprendem a conviver com os sintomas, pensam que é normal ter falta de ar e limitações na atividade diária ou na prática de exercício físico, e vão adiando a consulta com um médico”. “Há pessoas com asma diagnosticada e com a terapêutica devidamente receitada, mas que fazem os inaladores de forma irregular .” Há ainda um problema que é “a falsa perceção de cura: a pessoa faz o inalador durante uma temporada, quando se sente mal, e depois passa a usar apenas em SOS, até que chega uma altura em que acha que o inalador não está a fazer nada e põe-no de lado”. “A terapêutica inalatória atual é muito desenvolvida, segura e eficaz, mas tem de ser feita de forma adequada. Se as substâncias não chegarem aos brônquios, o inalador não tem o efeito desejado. E está comprovado que os doentes que fazem a corretamente terapia têm a asma controlada, sofrem menos crises, vão menos ao serviço de urgência e necessitam menos de tomar corticoides orais”. Membro da Comissão de Alergologia Respiratória da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, António Sousa Fernandes explicou neste programa também os diferentes tipos de asma, os sintomas e os sinais de alarme, o que é feito na consulta médica e os exames de diagnóstico (sendo o principal a espirometria). Veja a entrevista no Porto Canal