Três enfermeiros do Hospital Beatriz Ângelo analisaram os casos de quedas de doentes aqui internados entre 2015 e 2016 para investigar a relação entre os danos físicos daí resultantes e a toma de medicamentos que aumentam o risco de hemorragia. Os resultados são analisados num artigo publicado na edição de julho da Salutis Scientia , a revista de Ciências de Saúde da Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa. Luísa Caldas (enfermeira coordenadora do HBA), Joel Monteiro (ex-enfermeiro no HBA e atualmente no Centro Hospitalar Tondela-Viseu) e Luís Sousa (Internamento do HBA) começam por identificar o seu ponto de partida: “Sendo conhecidos os fatores que interferem no risco de queda em geral e a nível hospitalar, o mesmo não se passa no que diz respeito aos fatores ligados aos danos. Em muitas situações de doença e internamento, há concomitantemente necessidade de terapêutica anticoagulante que, por si, aumenta a probabilidade de lesões hemorrágicas, constituindo uma preocupação acrescida”. Por isso, estes profissionais decidiram “comparar o grau de danos físicos decorrentes de quedas em doentes medicados com terapêutica anticoagulante e/ou antiagregante plaquetária versus os que não tomam esta terapêutica” . Conclusões: “Há uma correlação quase perfeita entre a ocorrência de danos decorrentes de quedas, em particular nos doentes medicados com anticoagulantes ou duplamente medicados com anticoagulantes e antiagregantes plaquetários, para as lesões mais graves (dano moderado, grave ou morte)». “O risco de queda aumenta com a idade, sendo os adultos com mais de 65 anos os mais propensos a cair. O risco de hemorragia e gravidade das lesões acompanha esta faixa etária.” “Apesar da terapêutica antitrombótica isoladamente não aumentar o risco de queda, no caso da sua ocorrência há um aumento da probabilidade de ocorrência de lesões”. “A incidência de quedas e danos em doentes internados com mais de 65 anos usando a medicação em análise deverá conduzir ao uso de ferramentas simples na avaliação dos doentes para o risco de danos decorrentes de quedas, como uma medida para a diminuição das lesões particularmente das mais graves”. Leia na íntegra o artigo ‘Danos físicos resultantes das quedas em doentes internados e medicamentos que aumentam o risco de hemorragia: haverá relação?’