Uma equipa multidisciplinar internacional liderada pelo médico radiologista Vasco Mascarenhas e pelo médico ortopedista Paulo Rego , ambos do Hospital da Luz Lisboa, conseguiu definir um consenso internacional de especialistas nestas áreas quanto aos critérios a usar nos exames de imagiologia para diagnosticar e avaliar o conflito femoroacetabular (CFA), uma doença da anca que afeta adolescentes e jovens adultos. ‘O Acordo de Lisboa’ foi agora publicado na edição online de maio do European Radiology , a mais conceituada publicação científica europeia na área da radiologia. O conflito femeroacetabular (em que há um contacto anormal da cabeça do fémur no acetábulo) pode originar artrose precoce da anca. Para ser devidamente avaliado nos exames imagiológicos – que permitem depois estabelecer um plano de tratamento – é fundamental haver métodos, parâmetros e classificações para o caracterizar. A existência destes critérios é também decisiva para a investigação clínica sobre a doença. Até este ‘Acordo de Lisboa’, porém, verificava-se grande controvérsia e uma escassez de orientações baseadas em evidência médica, bem como uma grande variabilidade na prática clínica. O trabalho da equipa, que inclui Vasco Mascarenhas, Paulo Rego e Diana Afonso, foi desenvolvido junto de 30 especialistas (21 radiologistas e nove ortopedistas) oriundos de 13 países. No final, chegaram a um consenso sobre as desejadas guidelines para a prática clínica e investigação nesta área , baseadas em evidência científica e clínica. Vasco Mascarenhas (à direita, na foto em cima) é responsável pela unidade de Imagem Músculo-Esquelética do Hospital da Luz Lisboa e Paulo Rego (à esquerda, na mesma foto) o diretor do Serviço de Ortopedia da mesma unidade. “The Lisbon Agreement on Femoroacetabular Impingement Imaging – part 1: overview”