Durante a fase crítica da pandemia de covid-19 em Portugal, “foi um trabalho árduo” convencer muitos dos doentes com cancro a prosseguirem os tratamentos, revelou Sónia Rego , médica oncologista do Hospital da Luz nas unidades de Arrábida e Porto, numa entrevista ao Porto Canal . Convidada do programa ‘D’Mais’, a 25 de maio, a especialista contou como foi exercer a sua atividade durante o estado de emergência e deu alguns conselhos sobre como os doentes com cancro devem viver nesta nova fase, de forma a poderem, dentro do possível, regressar à sua vida habitual. “Os doentes oncológicos já têm habitualmente de ter muitos cuidados para não apanhar infeções – e agora isso é a dobrar. Mas tal como é muito importante não serem infetados com covid-19, também não podem parar os tratamentos que fazem, dirigidos ao seu tipo de tumor”, afirmou a médica, explicando algumas das medidas tomadas nas unidades hospitalares em que trabalha para reforçar a sua proteção. Entre estas, a criação de circuitos exclusivos para a circulação destes doentes e testes regulares de rastreio do SARS-CoV-2 (conforme orientação da Direção-Geral de Saúde). “As consultas urgentes nunca pararam – fiz várias primeiras consultas nessa fase – e realizámos muitas videoconsultas e consultas telefónicas de seguimento, para continuar a acompanhar estes doentes”, acrescentou. Numa altura em que a população em geral tenta regressar à sua vida normal, Sónia Rego deixa alguns conselhos aos doentes oncológicos: manter-se informado, continuar a fazer os tratamentos, com segurança, e tentarem estar sempre o mais protegidos possível nos contactos com as outras pessoas, que ainda devem ser reduzidos. Sónia Rego no Porto Canal