O Atendimento Urgente (AU) de adultos do Hospital da Luz Lisboa atende todos os dias uma média de mais de 200 clientes, que em certas alturas do ano já chegou aos 300, com um tempo de espera inferior a 45 minutos. Estes números são possíveis graças um minucioso trabalho de planeamento e gestão de equipas, como explicam neste podcast Hospital da Luz o coordenador clínico do serviço, o médico internista Luís Duarte Costa , e o gestor Pedro Geraldes , da comissão executiva do hospital. Podcast Hospital da Luz é o título de uma série de podcasts em que os profissionais deste grupo discutem os temas mais atuais nas suas áreas, estando disponíveis nas plataformas streaming de áudio (Spotify, Itunes, Google Podcast, etc.) e também no Youtube. Ouça sobre este tema o Podcast Hospital da Luz: Como funciona o serviço de urgência? Google | iTunes | Spotify ‘Em caso de emergência, temos capacidade e estamos preparados para tudo’ O Atendimento Urgente do Hospital da Luz Lisboa “é uma urgência polivalente, com capacidade igual (nível 1) à das urgências centrais dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde na capital”, como explica Luís Duarte Costa. Há duas equipas em permanência no AU – uma constituída por médicos Medicina Geral e Familiar e outra de médicos de Medicina Interna –, “que resolvem a esmagadora maioria das situações”. Sempre que necessário, articulam-se com uma terceira equipa, constituída por elementos de outras especialidades e que funciona em consultoria. “Por isso, em caso de emergência, temos capacidade e estamos preparados para atender todo o tipo de patologias”, incluindo casos de AVC, enfarte ou sepsis, salienta o coordenador clínico do AU. As infraestruturas do AU do Hospital da Luz Lisboa aumentaram no último ano, graças à abertura do terceiro edifício do hospital. Mas, para o sucesso do seu funcionamento, “é importante haver uma sintonia entre a gestão e a parte clínica”, explica, por seu turno, o gestor Pedro Geraldes, adiantando que tudo o que é feito e monitorizado. Em 2019, foram aqui atendidos em média 205 doentes por dia, mas houve ‘picos’ em que se chegou aos 300, “e alguns deles com situações graves”. O tempo de espera na triagem e atendimento e depois a duração total da permanência do cliente no hospital, desde que dá entrada até à alta, são considerados “fundamentais”, a par da qualidade do serviço. São sujeitos, por isso, a uma permanente avaliação, permitindo ajustar as equipas às necessidades geradas pela afluência. Graças a esse trabalho, no último ano os tempos de espera baixaram para metade, com um efeito imediato e de quebra também nas reclamações dos clientes. “Qualquer urgência tem de funcionar rápido e temos conseguido que 80 a 90% dos doentes tenham tempos de espera inferiores a 45 minutos”, avança Luís Duarte Costa, salientando que este valor “é extraordinário, se comparado, por exemplo, com o sistema de triagem de Manchester” (que estipula 2 horas a 4 horas, consoante a gravidade dos casos). Já o tempo de permanência do cliente no hospital, desde que se inscreveu até haver uma decisão final para o seu caso e já com todos os exames feitos, “tem de ser inferior a 4 horas”, de acordo com o objetivo fixado. Paralelamente, o AU está envolvido num projeto inovador, a LUZ 24 : uma linha telefónica de triagem clínica, feita por enfermeiros que aplicam rigorosos protocolos e que fazem o encaminhamento mais adequado de cada caso. “A LUZ 24 está a fazer 200 atendimentos por dia”, revela Pedro Geraldes. O AU e a COVID-19 Lembrando que “o Atendimento Urgente é para as situações urgentes” – ou seja, não deve ser usado como porta de entrada para as consultas, exames e outros serviços do hospital –, Luís Duarte Costa e Pedro Geraldes explicam as mudanças introduzidas e que permitem dar resposta aos casos suspeitos de COVID-19 . “Estabelecemos uma pré-triagem e encaminhamos logo as pessoas com sintomas para uma zona específica do AU. No fundo, acabámos por duplicar tudo (equipas, serviços de observação, balcões de colheita para análises, etc.). E nunca paramos”, explica Luís Duarte Costa.